Livros em PDF: ler ou não ler, eis a questão

É natural que nós leitores tenhamos um certo receio com relação aos livros digitais. Para algumas pessoas ler não envolve só o conteúdo, envolve o cheiro do livro, o toque das páginas, o peso... enfim, são pequenos prazeres que só a gente entende. Confesso que sou um pouco assim também e uma das coisas que mais gosto na vida é o cheiro de livro novo. Mas como uma pessoa que gosta tanto dos livros físicos, de repente tem uma biblioteca enorme de livros digitais?

O primeiro PDF a gente nunca esquece: O Véu

O meu primeiro PDF veio antes da popularização dos leitores digitais e eu ainda tinha uma rejeição muito forte a esse tipo de livro. Na época eu tinha acabado de descobrir o skoob e entre as pessoas que eu conheci, tinha um rapaz chamado Willian Nascimento. Ele tinha acabado de escrever um livro e queria opiniões sobre a história. Ele me enviou uma versão em pdf e eu decidi ler. Confesso que no início a experiência foi terrível. Apesar de o livro ser realmente muito bom, ler no computador era extremamente cansativo e me dava dor de cabeça, mas como eu não conseguia parar de ler, tive que insistir. Acontece que depois de ler "O Véu", eu comecei a pesquisar mais sobre ebooks e descobri algumas vantagens.

Livros Caros e Bibliotecas Defasadas

Uma das vantagens dos livros digitais é a quantidade de livros gratuitos que a gente encontra na internet. Claro que não são todos os livros que você vai encontrar de forma gratuita, mas até para comprar, a versão digital é mais barata. Mas mesmo que você não encontre na internet aquele livro que

foi lançado ontem, ainda tem muitos outros títulos disponíveis. Para você ter uma ideia, eu nunca comprei um livro digital e a minha pasta de PDFs tem 371 livros. A maioria deles eu achei futucando na internet e outros alguém me enviou. A minha adesão à ebooks se deve basicamente a isso: os livros físicos são muito caros e eu não tenho dinheiro para comprar todos os que eu quero ler. Mas isso não quer dizer que eu tenha parado de comprar livros (minha biblioteca física tem quase tantos títulos quanto a biblioteca digital), só que agora eu tenho a opção de ler mesmo quando eu estou sem dinheiro. :D

Alguns podem me dizer: Ah, Dani, você pode conseguir os livros físicos em bibliotecas e não pagar nada por isso. Nem sempre. Eu adoro bibliotecas e já frequentei bastante, o prolema é que elas não acompanham o mercado literário. Não peço que as bibliotecas tenham todos os lançamentos, mas algumas não são atualizadas há uns 20 anos (a última que eu fui, só consegui ler a diva Agatha Christie). Isso não quer dizer que todas são assim, eu já encontrei bibliotecas muito boas (um beijo, Muritiba), mas como eu mudo de cidade com uma frequência absurda, não dá para aproveitar muito.

Outros podem me dizer: Ah, Dani e os sebos? Gente, sebo é lindo, sebo é vida. Só tem um pequeno problema, a maioria dos sebos são formados por livros muito antigos e a minha alergia não me deixa chegar nem perto deles. Claro que às vezes eu teimo e compro livros em sebos, mas não é sempre (até porque sebos não são comuns nas cidades que eu moro).

Novos Escritores

Eu conheci alguns escritores e sei o quanto é difícil conseguir publicar um livro, principalmente quando o autor não é conhecido. O formato digital vem ajudado muito esses novos escritores, que muitas vezes usam a versão PDF para divulgar seu trabalho. Essas versões muitas vezes são disponibilizadas de forma gratuita ou com preços muito baixos e isso faz com que muitos leitores tenham acesso à essas obras. Um livro não ter sido publicado por uma editora, não quer dizer que ele seja ruim, eu já li muito livro bom que só existia na versão digital. Claro que a gente sempre torce para esses autores conseguirem publicar seus livros, afinal eles merecem ter seu trabalho reconhecido. Na minha opinião, tem muito escritor bom escondido por aí e os livros digitais podem ajudar a começar uma carreira de sucesso.

A salvação da minha lavoura: Kobo

Eu tive outro leitor digital antes do kobo, mas não lembro mais o nome e para ser sincera, eu não gostava muito do meu primeiro e-reader. Em dezembro de 2012, a Livraria Cultura lançou o Kobo e, mesmo com a minha decepção anterior, eu resolvi comprar (eu até fiz um texto sobre ele aqui). Depois do Kobo, a minha vida literária ficou muito mais fácil. Continuei lendo meus livros físicos, mas minha biblioteca digital aumentou bastante e a ideia de poder levar meus livros preferidos para todos os lugares, me fez ter muitos dos meus livros físicos, também na versão digital.

Claro que os livros físicos são insubstituíveis, mas temos que admitir que os livros digitais também podem ser legais. ;)